O aeroporto
estava lotado. Filas imensas para o embarque aos mais variados destinos. Pessoas
circulavam pelo saguão de desembarque, enquanto aguardavam a chegada de
familiares ou amigos.
Gosto de
observar as pessoas no aeroporto. Lugar de reencontros e despedidas, ponto de
chegada e ao mesmo tempo de partida. Enquanto uns se abraçam, felizes por
estarem chegando, outros choram de tristeza por partirem, na incerteza de um
dia se encontrarem novamente. E tem aqueles que circulam sozinhos, sem ninguém
para se despedir ou acolhe-lo na chegada. Uns chegam ansiosos, buscando com o
olhar algum desconhecido portando um cartaz com o seu nome: Sr. Fulano de
Tal...
Eu estava ali
com os meus filhos, prestes a realizar um grande sonho: viajar para Paris!! O
painel do aeroporto já avisara que o voo estava atrasado, mas o “check in” já estava
aberto. A fila estava gigantesca, e eu, que costumo aguardar minha vez com paciência,
dessa vez desobedeci às regras e passei na frente de todos, como se aquilo
fosse a coisa mais natural do mundo. Ninguém pareceu se importar muito com este
fato, talvez por saber que o voo estava atrasado.
A funcionária
da empresa aérea nos atendeu com um sorriso. Enquanto colocávamos as malas na
balança, ela nos pediu os passaportes. Abri minha bolsa e gelei!! Os
passaportes não estavam lá! Agora lembrava perfeitamente quando, na ansiedade
dos preparativos da viagem, resolvi mudar de bolsa. Os três passaportes haviam
ficado comigo, justamente para evitar esquecimentos. Mas na última hora, achei que seria melhor levar uma outra bolsa
e terminei esquecendo...
A funcionária
me olhava com cara de quem não acredita no que está acontecendo. Como alguém pretende
viajar para fora do país e esquece justamente o passaporte?? Mas eu é que não acreditava
que isso pudesse estar acontecendo! Logo eu, que sempre que viajo, costumo
arrumar tudo com muita antecedência... Anoto tudo, reviso a bagagem, geralmente
levo mais do que preciso... Justamente agora, “pisei na jaca”!!
Enquanto meus
filhos me lançavam olhares de desespero, eu tentava explicar à moça o que havia
acontecido. Mas não adiantava nada, ela apenas ouvia e balançava a cabeça,
lamentando o ocorrido. Enquanto isso, as pessoas na fila já começavam a
reclamar da demora.
- Senhora, eu
preciso atender as outras pessoas. O que eu posso fazer para lhe ajudar é o
seguinte: como o voo está atrasado, vou dar entrada na sua bagagem, enquanto a
senhora tenta ir buscar os passaportes antes que encerre o check in. Mas tente não demorar muito.
Agradeci imensamente,
agora feliz com o atraso do voo. Minha casa não era tão distante do aeroporto,
e quem sabe, com um pouco de sorte, conseguiria chegar a tempo. Peguei os
tickets das bagagens e saí com meus filhos, quase em disparada, em direção ao
estacionamento, onde havia deixado o carro.
O pátio do
estacionamento era imenso e estava lotado! E no desespero, nós não conseguíamos
encontrar o carro. Resolvemos nos dividir e cada um procurar em um setor, e
quem encontrasse mandaria um sinal pelo celular. Enquanto isso, o tempo
corria...
Depois de vários
minutos de procura, que me pareceram horas, encontrei um micro-ônibus
estacionado, e o motorista pareceu me reconhecer. Olhou para mim, surpreso, e
perguntou o que eu estava fazendo ali. Então lembrei! Nós não havíamos vindo
para o aeroporto de carro, e sim, no micro-ônibus da agência de viagens...
Tentei ligar para os meus filhos, avisando que precisávamos pegar um taxi, mas
a chamada de celular não completava. Maldita operadora, que sempre nos deixava
na mão, nas horas mais inconvenientes! Enquanto eu andava desesperada por entre
os carros, tentando encontrá-los, o tempo andava a galope...
Finalmente,
depois de muita angústia, avistei-os vindo em minha direção. Eles também haviam
acabado de lembrar que não havíamos vindo de carro. Culpa do estresse, essa amnésia
temporária. Em vão, procuramos um taxi. Mas, parecia que todos eles tinham
desaparecido...
Olhamos o
relógio e chegamos a conclusão de que não havia mais tempo suficiente. O jeito
era pegarmos de volta nossa bagagem, antes que ela embarcasse sozinha para
Paris... se tivéssemos sorte, remarcaríamos nossas passagens para o dia
seguinte, e não perderíamos a reserva do hotel...
Enquanto voltávamos
para o salão de embarque, um som insistente perturbava os meus ouvidos. Tentei não
dar importância, mas ele soava cada vez mais alto... Era o despertador,
avisando que era hora de acordar!! Tudo não passara de um sonho...
Eu acho que a hora perfeita de você realizar essa danada dessa viagem à Europa vai ser quando eu estiver lá. Pense bem: uma passagem de ida e volta a menos (já que Dilma vai pagar as minhas). Já é uma grande economia. Já te disse. :D
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkk....não foi um sonho, foi um pesadelo! adorei!
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