Aproveitando que nesse mês de agosto é
comemorado o dia mundial da fotografia, resolvi escrever um pouco sobre essa
paixão que tenho desde os tempos de infância. Acho que herdei do meu pai esse interesse pelo mundo fotográfico.
Lembro que, quando criança, adorava ouvir as histórias que ele contava de
quando tinha trabalhado como “lambe-lambe” na feira, e de como as pessoas
gostavam de ser fotografadas. E ele adorava
registrar tudo que podia. Na época, nem todo mundo tinha acesso a uma
câmera fotográfica, geralmente só quem trabalhava profissionalmente, mas ele fazia questão de periodicamente
chamar um fotógrafo para registrar o meu crescimento e os nossos momentos.
Mandava minha mãe colocar uma “roupa de domingo”, me enfeitava toda, e lá íamos
nós, para os nossos registros. Graças a ele, hoje tenho relíquias que nem todo
mundo da minha época tem.
E eu cresci assim, a princípio
gostava de sair nas fotos, mas depois fui querendo estar também por trás da
câmera, e não perdia nenhuma oportunidade de fotografar, mesmo com as câmeras
emprestadas das amigas. Quando adolescente, às vezes comprávamos um filme de 36
poses, e saíamos pela cidade, fazendo os nossos registros. E depois, mandávamos
revelar as fotos e ficávamos dias e dias
na expectativa de ver se elas iriam ou não prestar (muitas vezes, das 36,
apenas duas ou três se aproveitavam). E assim, fui acumulando registros dos
bons momentos que tive durante a vida. Acho que dos meus amigos do tempo de
colégio eu sou uma das poucas pessoas que tem um bom acervo fotográfico, que
daria para contar uma história sem palavras mesmo, só com imagens, muitas delas
já desbotadas, mas não menos importantes.
Quando concluí o curso de medicina,
no lugar do anel de formatura, por opção minha, ganhei do meu pai a minha primeira câmera fotográfica,
uma Yashica, que guardo até hoje como um tesouro! E aí, com algumas dicas do
meu amigo Ronildo Rocha, outro apaixonado por fotografia, comecei a fazer os
meus clikes. Com ela fiz inúmeros
registros, minhas aventuras na Amazônia, no tempo em que morei no Pará, quando
esperava mais de um mês para receber de volta um filme que tinha que ser
enviado pelo correio pra revelar, e às vezes, depois da espera, a decepção de
saber que as fotos haviam sido extraviadas pelo caminho... ou receber no lugar
das suas, as de outra pessoa, que haviam sido trocadas no laboratório.
Nos últimos tempos, com o advento da
fotografia digital, as coisas mudaram e tudo ficou mais fácil. Podemos ver na
hora e temos a oportunidade de repetir a foto, se não ficar do nosso agrado,
além de só passar pro papel aquelas que realmente nos interessam. E todo mundo
virou “fotógrafo”. Mas para fazer uma boa foto, não basta ter um bom
equipamento. Tem que ter o “olhar”, saber enxergar a beleza que existe em uma
cena comum, aproveitar o momento, pois ele jamais se repete da mesma maneira.
A fotografia nos faz viajar sem sair
do lugar, eterniza momentos, ajuda a preservar a história. Faz poesia sem
palavras.
Apesar de todo esse interesse por
fotografia, só recentemente comecei a me aprofundar um pouco no assunto.
Aproveitei a “folga” que tive por estar convalescente de uma cirurgia, e
resolvi fazer um curso. E comecei a ver minhas fotos com um olhar mais crítico,
e descobri o quanto eu ainda tinha a aprender!! A princípio, o curso era apenas
para aprender a usar melhor os recursos da câmera e para mim o curso básico
serviria. Mas logo me descobri querendo fazer o avançado, e a querer melhorar o
equipamento. Estudar, praticar e
investir em equipamentos é essencial para quem quer melhorar sua arte. Aprender
com os erros. Encontrei no grupo da APHOTO, pessoas com os mesmos interesses
que eu. Gente das mais diversas profissões, que tem em comum o amor pela
fotografia. Participar das expedições tem sido incrível! Sair de casa no
alvorecer e só voltar depois do por do sol, com o cartão de memória cheio de
imagens, fisicamente cansada, mas feliz.
Ainda tenho um mundo a aprender. Mas aos
poucos, praticando, estudando, trocando ideias com os amigos, saindo da zona de
conforto, como diz o professor Alex Gurgel, vou tentando e espero evoluir cada
vez mais.