quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Ah, essa minha paixão...

Aproveitando que nesse mês de agosto é comemorado o dia mundial da fotografia, resolvi escrever um pouco sobre essa paixão que tenho desde os tempos de infância. Acho que herdei do meu pai  esse interesse pelo mundo fotográfico. Lembro que, quando criança, adorava ouvir as histórias que ele contava de quando tinha trabalhado como “lambe-lambe” na feira, e de como as pessoas gostavam de ser fotografadas. E ele adorava  registrar tudo que podia. Na época, nem todo mundo tinha acesso a uma câmera fotográfica, geralmente só quem trabalhava profissionalmente,  mas ele fazia questão de periodicamente chamar um fotógrafo para registrar o meu crescimento e os nossos momentos. Mandava minha mãe colocar uma “roupa de domingo”, me enfeitava toda, e lá íamos nós, para os nossos registros. Graças a ele, hoje tenho relíquias que nem todo mundo da minha época tem.
E eu cresci assim, a princípio gostava de sair nas fotos, mas depois fui querendo estar também por trás da câmera, e não perdia nenhuma oportunidade de fotografar, mesmo com as câmeras emprestadas das amigas. Quando adolescente, às vezes comprávamos um filme de 36 poses, e saíamos pela cidade, fazendo os nossos registros. E depois, mandávamos revelar as fotos  e ficávamos dias e dias na expectativa de ver se elas iriam ou não prestar (muitas vezes, das 36, apenas duas ou três se aproveitavam). E assim, fui acumulando registros dos bons momentos que tive durante a vida. Acho que dos meus amigos do tempo de colégio eu sou uma das poucas pessoas que tem um bom acervo fotográfico, que daria para contar uma história sem palavras mesmo, só com imagens, muitas delas já desbotadas, mas não menos importantes.
Quando concluí o curso de medicina, no lugar do anel de formatura, por opção minha,  ganhei do meu pai a minha primeira câmera fotográfica, uma Yashica, que guardo até hoje como um tesouro! E aí, com algumas dicas do meu amigo Ronildo Rocha, outro apaixonado por fotografia, comecei a fazer os meus clikes.  Com ela fiz inúmeros registros, minhas aventuras na Amazônia, no tempo em que morei no Pará, quando esperava mais de um mês para receber de volta um filme que tinha que ser enviado pelo correio pra revelar, e às vezes, depois da espera, a decepção de saber que as fotos haviam sido extraviadas pelo caminho... ou receber no lugar das suas, as de outra pessoa, que haviam sido trocadas no laboratório.
Nos últimos tempos, com o advento da fotografia digital, as coisas mudaram e tudo ficou mais fácil. Podemos ver na hora e temos a oportunidade de repetir a foto, se não ficar do nosso agrado, além de só passar pro papel aquelas que realmente nos interessam. E todo mundo virou “fotógrafo”. Mas para fazer uma boa foto, não basta ter um bom equipamento. Tem que ter o “olhar”, saber enxergar a beleza que existe em uma cena comum, aproveitar o momento, pois ele jamais se repete da mesma maneira.
A fotografia nos faz viajar sem sair do lugar, eterniza momentos, ajuda a preservar a história. Faz poesia sem palavras.
Apesar de todo esse interesse por fotografia, só recentemente comecei a me aprofundar um pouco no assunto. Aproveitei a “folga” que tive por estar convalescente de uma cirurgia, e resolvi fazer um curso. E comecei a ver minhas fotos com um olhar mais crítico, e descobri o quanto eu ainda tinha a aprender!! A princípio, o curso era apenas para aprender a usar melhor os recursos da câmera e para mim o curso básico serviria. Mas logo me descobri querendo fazer o avançado, e a querer melhorar o equipamento.  Estudar, praticar e investir em equipamentos é essencial para quem quer melhorar sua arte. Aprender com os erros. Encontrei no grupo da APHOTO, pessoas com os mesmos interesses que eu. Gente das mais diversas profissões, que tem em comum o amor pela fotografia. Participar das expedições tem sido incrível! Sair de casa no alvorecer e só voltar depois do por do sol, com o cartão de memória cheio de imagens, fisicamente cansada, mas feliz.

Ainda tenho um mundo a aprender. Mas aos poucos, praticando, estudando, trocando ideias com os amigos, saindo da zona de conforto, como diz o professor Alex Gurgel, vou tentando e espero evoluir cada vez mais.